sábado, dezembro 02, 2006

O que dizer, o que não dizer...

Estatística não é uma ferramenta que mexe só com números. O método de como tratamos os números pode ser utilizado para casos qualitativos também.

Suponhamos que você quer saber se os carros da marca X é boa.

E aí você sabe que um amigo seu tem um carro da marca X. Mas que o carro quebrou. Ele levou até a concessionária e pegou um táxi para voltar. Na conversa com um taxista ele repara na frase: "Ahh... todo mundo que entra no meu táxi que sai aí da concessionária fala que a marca X é ruim!".

A constatação do taxista é verdade. Mas você compraria um carro da marca X se o seu amigo dissesse a constatação dele? Provavelmente não. "Magina", comprar um carro da marca X que só quebra?

Apesar da constatação ser correta, as observações do taxista é restrita: é APENAS de quem sai da concessionária. E quem sai da concessionária? É quem teve o carro quebrado e mandou consertar. Como as observações do taxista se refere a uma pequena parte do que realmente te interessa, que é a opinião de todos e não a de quem sai da concessionária X, as nossas informações ficam distorcidas também (e provavelmente passaríamos essa informação para frente).

O jeito é não confiar na informação do taxista. Uma vez que ele tem uma visão sobre um universo restrito, não dá para fazer um caso geral.

O ideal é sair perguntando para os amigos. Assim... ao acaso, aquela velha história do "Então, qual é a marca do seu carro? Ele dá muito problema?", etc.

Uma vez eu fiz isso para saber quais marcas de celular eram boas/ruins. Incrivelmente eu consegui acertar as marcas que tinham mais reclamações e as que tinham menos. O que quer dizer que eu tive a sorte de fazer observações que poderíam generalizar.

edit ps: para alguns isso é óbvio. Lendo é óbvio. Mas na situação real às vezes não percebemos a situação.

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